Carta aos negociadores da COP16
A vida na Terra está interconectada. As árvores e as plantações existem porque há chuva, e há chuva porque há flores: as partículas de seu aroma são as sementes de futuras nuvens. Nós existimos porque outros existem. E todos nós fazemos parte da mesma tapeçaria que palpita e respira entre diferentes paisagens. É o que chamamos de natureza. Nossa vida depende da biodiversidade.
Esse maravilhoso sistema de vida está em perigo.
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Um milhão de espécies correm risco de extinção. A destruição em escala industrial das florestas na América Latina, um dos continentes com maior biodiversidade, é um dos motivos.
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As florestas latino-americanas, como a Amazônia, o Gran Chaco, a Mata Atlântica, os Yungas, a Chiquitanía, o Chocó, Chiapas ou as cinco florestas da América Central, perderam tanta área de superfície e estão tão fragmentadas, que estão quase à beira do colapso.
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A queima de combustíveis fósseis não só agrava a mudança climática, mas levará esses belos ecossistemas, que são a fonte da vida, a um ponto sem retorno.
E o que será de nós se isso acontecer? Nada de bom. É por isso que queremos pedir três coisas aos negociadores da biodiversidade e aos governos dos países latino-americanos:
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Acabar com o desmatamento e outros tipos de degradação ambiental.
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Acabar com a dependência de combustíveis fósseis e ousar conceber um futuro de bem-estar onde a transição energética com fontes renováveis seja o pilar.
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Restaurar o meio ambiente, respeitando os direitos dos povos indígenas e das comunidades locais.
O povo está esperando que os negociadores reunidos em Cali façam as pazes com a natureza. Uma paz definitiva. Hoje a vida é um tecido com buracos que precisamos emendar. Todos os países devem estar comprometidos com isso.
Podemos fazer algo antes que seja tarde demais. O futuro é nosso.
Assine esta carta.
Para o bem-estar e a felicidade de todos nós.